quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Os Independentes: da alta importância histórica, do papel turístico em Barretos ao merecido reconhecimento pelos barretenses

            Quem comenta sobre a Festa do Peão de Barretos, no Brasil afora, imagina que é um evento de iniciativa e realização pelo poder público, no mínimo municipal. Não sabem que é de iniciativa total e historicamente privada, de um clube de 20 amigos desde que foi fundado, hoje reunindo 100 abnegados barretenses.

            É um dos raros exemplos no País, de sucesso da iniciativa privada que muito engrandece, ainda mais, esse case de idealismo e sucesso que honra a nossa cidade. Diferindo dos padrões de eventos semelhantes por aí espalhados, em que estão envolvidos recursos públicos para as suas realizações.

            Ao mesmo tempo, continua sendo uma engrenagem para o desenvolvimento turístico da cidade ao elaborar um calendário anual para, mês a mês, atingir a meta tão procurada ao longo dos anos, visando consolidar Barretos, permanentemente, como efetiva Estância Turística.

            Esse gabarito sempre foi procurado, dificultado e, somente agora, cedido pelo Governo do Estado, devendo ser trabalhado para o futuro, como um marco de alavancagem. E não há como denegar a importância de “Os Independentes”.

            É preciso sanar no momento, um estigma que é cultivado de pechar o valor dos Independentes, como um grupo que pensaria só no interesse particular do clube, o que nunca foi verdade ou real, pelo que promove ao interesse coletivo da cidade e do próprio País. São muitos barretenses que ganham o ano com cada evento da festa.

            O brasileiro que não conhece um rodeio norte americano que, apesar de feito com organização, ordem e características de um jogo de basquetebol, não tem noção da festa, alegria e emoção de como o modelo brasileiro de rodeio consegue ser um espetáculo inigualável.

            Pessoalmente, quando assumi pastas de Desenvolvimento Econômico da cidade, nas gestões dos Prefeitos Uebe Rezeck e Emanoel, sempre consegui municiar funções e encargos com figuras do clube, notoriamente a do Jerominho Muzetti, ocupando a Secretaria de Turismo, exatamente para imbricar valores do clube com a força do poder público.

            Mais do que combater esse estigma que nada constrói, é preciso agora dar a força necessária, dentro dos limites da necessária segurança, e fazer seguir a vida econômica de todos.

            Outra questão urgente é fazer desaparecer um clima ou tendência de rivalidade com o trabalho feito em Olímpia, que precisa ser reconhecido, valorizado e motivador de se juntar ao nosso tema Country em verdadeira somatória, antes que competição. Uma característica de polos turísticos e ampliar atrações para exatamente fortalecer os locais como polos de desenvolvimento.

            Muito mais fácil agregar os valores do que confrontar as virtudes de cada um dos trades.

         Que se vá adiante, com união em torno do que sempre foi bom, com a sensatez de analisar o momento atual podendo, ao propor o Carnaval no Parque, juntar segurança e retomada da vida econômica que não só a cidade precisa como todo o nosso Brasil também.

            Vida longa a Os Independentes!

 

Dr. Fauze José Daher

Médico e Advogado

ex-Vereador Constituinte de Barretos

ex Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes

            

 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Novas estranhezas do Covid19 em Barretos: com ascensão da taxa de internações, Bebedouro definido como sede de atendimento e Santa Casa isolada até para receber os recursos

  

            Novidades no enfrentamento do COVID em Barretos, sem devidas explicações da gravidade das falhas da fase passada, com péssimo resultado final apesar do recebimento de volumosos recursos cuja destinação não ficou esclarecida.

 E acrescentando agora medidas, que beiram ao absurdo, com a passividade, lassidão e beneplácito das instâncias fiscalizadoras.

Vamos lá:

O hospital sede do atendimento COVID19 passa a ser o Hospital Estadual de Bebedouro e não mais a Santa Casa de Barretos, nem o Hospital Nossa Senhora: lembrando, aqui, que o recurso que vinha para o Nossa Senhora, passa agora a ser para o Estadual de Bebedouro, que são ambos explorados pela Fundação Pio XII.

 E, com certeza, se fosse algum de Barretos, certamente, não seria a Santa Casa, num verdadeiro paradoxo de preferir colocar dinheiro público em instituição que não é pública. Isso, no âmbito da Administração Pública, soa muito mal, à máxima mandatária que é a Prefeita...se é ela que realmente manda.

Dessa feita, amplia-se um “grande negócio” que tem sido a saúde de Barretos, monopolizada pela Fundação Pio XII, em que a qualidade da proteção aos usuários da Santa Casa, fora e dentro do período do COVID, têm sido dos piores no Estado de São Paulo.

A séria (e grave pergunta): por que o dinheiro (que vem no formato administrativo de “aluguel”) ao invés de cair nos cofres da Santa Casa, que é municipalizada, vai (como aluguel) para os cofres da entidade particular, fundacional e familiar que administra esse sério problema sanitário, cada vez mais visto como “negócio”, não só por esses como por outros detalhes envolvidos.

A frieza, tão travestida de medida humanitária da entidade de Câncer, não se preocupa ao fazer com que familiares de barretenses terem de se deslocar para Bebedouro no caso da aflição de ser acometido pelo COVID19?

Não para aí. A Santa Casa, que há tempos anda esvaziada do atendimento digno ao público barretense, funcionando apenas como uma escola e usando os pacientes como “bonecos vivos de ensino”, continua agora sem poder atuar no COVID, socorrendo os filhos da terra, perdendo o recurso financeiro para uma fundação particular, explorando a atividade longe e impondo sacrifício ao barretense.

Mais ainda: a UPA cujo atendimento vem sendo deteriorado desde a gestão passada merecia um gabarito de atendimento digno do direito da grande população e da medicina moderna ora possível de ser aplicada. Abre-se uma licitação. Quem vence? Qualquer uma que seja de boa qualidade, e que esteja fora do monopólio evidente nas mãos da Fundação Pio XII. Será que isso acontecerá? Vale aguardar.

Mais do que a crítica ao que vem acontecendo na saúde pública de Barretos, há o dever de apontar soluções, que estejam polarizadas ao benefício da população mais carente.

Se a Fundação Pio XII recebe uma verdadeira fortuna de doações anônimas, de municípios espalhados pelo Brasil todo, e da “magia” de fazer com que 100 % de faturamento SUS, sempre crescido ao modo de uma bola de neve, melhore ainda mais em cima dos valores SUS para oncologia (que são altamente “generosos”), vem uma pergunta clara e objetiva: por que é que sua administração não constrói um Hospital Universitário, agregado à sua faculdade de medicina (que é particular e também altamente rentável)?

Aí sim, a Prefeitura de Barretos poderia assumir algo que legalmente é seu (a Santa Casa), estabelecer uma gestão hospitalar moderna, com qualidade de pessoal especializado a cuidar dos pacientes (e verdadeiros donos) da entidade, sem prejuízo de terem os resultados degradados de atendimento que se verifica nos dias de hoje.

De um lado, o empreendedor do negócio saúde teria sob sua responsabilidade a obrigação de ter o hospital escola, sem sacrificar a população como “massa” de aprendizado sem decisões de mestres, especialistas e experimentados profissionais.

De outro, uma Prefeitura cumprindo seu dever mais sagrado dentre outros, que é a saúde da população, sem submeter-se a interesses outros que não estejam preocupados com o mínimo bem estar do cidadão comum.

E a Prefeitura pode fazer isso num estalido de dedos, mercê de sua autonomia sobre qualquer contrato bilateral, mormente, se o contrato tenha feições leoninas como foi o prazo de 30 anos, com um estranho aval do Ministério Público.

Por fim, vale estar atento e acompanhar as novas remessas de dinheiro para o inacabado combate ao COVID19, que tem acontecido de forma desconhecida pela população em geral.

Entre perguntas e dúvidas, faça um teste de visitar a Santa Casa de Barretos, que hoje é “hermeticamente” fechada às visitas de qualquer natureza, inclusive de médicos interessados em ver e acompanhar seus amigos internados.

Numa comparação interessante, hoje é possível se visitar grandes hospitais americanos ou da capital paulista, meramente, com sua identificação natural e obrigatória. Experimente fazer isso em nossa Santa Casa...

É o que há para o momento, carecendo devidas prestações contas. 

E alertando aos Srs. Vereadores para que “acordem” antes que mergulhem juntos numa profunda improbidade administrativa

 

Dr. Fauze José Daher

Médico Cirurgião e ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos

Advogado

Da OAB que conhecemos à OAB que vivemos

  

Não é mais possível continuar calada, a minha classe de Advogados, diante do que se presencia nos tempos atuais, assistindo um descalabro da instituição Justiça e da representatividade classista da Ordem dos Advogados do Brasil.

Os jovens aplicadores do Direito precisam saber, se ainda não ouviram histórias da profissão que, no Brasil do século passado, a OAB nacional e todos os seus segmentos tiveram importância vital nas grandes decisões nacionais. Eram os 3 Poderes a decidirem e a OAB disputando com a imprensa o domínio do chamado “4º. Poder” com forte influência nas grandes questões nacionais.

O desvio de função e missão da Ordem é de tal monta que o desinteresse por sua eleição, antes disputadíssima, caminhou nessa última para um comando de tendência ideológica claramente esquerdista numa afronta total ao enorme contingente de profissionais de outras tendências ou de posicionamento politicamente neutros. 

Isso aconteceu em meio a um elenco de fenômenos interessantes: aumento exagerado de advogados por todo o País, esvaziamento (senão desaparecimento) da força de influência da classe no plano geral e desinteresse visível (e ponderável) pela participação de advogados no cenário político. Isso tudo no seio de uma profissão que tem como ferramenta principal a dialética, a busca do prevalecimento da Justiça e a defesa dos direitos gerais e individuais dos cidadãos na Sociedade. 

A OAB nacional com eleição sem uma aguerrida disputa que interessaria ao País e, agora, assiste a sedimentação de uma chapa única nos mesmos “ideais” da ordem reinante. Como médico (em nível de cidadão comum), gostaria de estar ainda assistindo o papel histórico da OAB quando era uma OAB de larga influência.

Na mesma tendência, vivemos a decadência da Justiça brasileira, totalmente deformada ao cumprir o seu papel, desacreditada até onde não puder mais e motivo de chacotas travestidas de fakenews (mas que são verdadeiras) ganhando o rótulo de fake para não desmoralizar ainda mais o que está já muito ruim.

Se a classe de advogados do País não reage contra uma OAB desvirtuada no seu clássico papel teria ela motivação para mudar a qualidade da Justiça, essa que rege a nossa harmonia social? Em verdade, seria uma luta contra instâncias que decidem os pleitos e petições cá em baixo, algo que a desestimularia.

 Seria impossível “botar a cara”? 

Seria o chamado temor reverencial sobre os julgamentos que adviriam das luzes de quem são cobrados hoje de forma clara e objetiva um fator inibitório? 

Não deveria ser, até porque o Corpo da Magistratura nas Jurisdições próximas do cidadão, entendo, preservam qualidade digna do tradicional respeito.

A OAB nacional e Justiça Brasileira, são questões da hora e problemáticas ao serem analisadas separadamente. Agora, se estiverem “sinérgicas e harmônicas”, aí é de bater mesmo a desesperança.

Enfim, se é um médico-cirurgião que se arrisca a esses apontamentos, assim faz crendo na fração de qualidade que existe no meio aplicador da Justiça. Caso tenha eventuais petições prejudicadas no julgamento, em função de exarar essa verdade, certamente terei minha atividade como médico (modalidade raiz), pelo menos, a garantir o meu trabalho.

Porém, um país continental como o nosso tem muito a perder caso um de seus pilares de sustentação, como é a Justiça, continue sem buscar sua importância, presença e respeitabilidade de poucas décadas atrás. Claro, sem o ativismo ora praticado que é um fator depreciativo da atividade matriz.

Assunto para uma profunda reflexão e revisão.

 

Dr Fauze José Daher

Médico Cirurgião do Ap. Digestivo

Médico do Trabalho

Advogado

sábado, 15 de janeiro de 2022

Juntando Grãos...: Ativismo no extremo ridículo: juristas, jornalista...

Juntando Grãos...: Ativismo no extremo ridículo: juristas, jornalista...:                Quem lê um trabalho científico, especialmente em Medicina, por mais rebuscado que seja o modelo da pesquisa, vai observar que...

Ativismo no extremo ridículo: juristas, jornalistas e políticos dando conclusões definitivas a questões científicas.


 

            Quem lê um trabalho científico, especialmente em Medicina, por mais rebuscado que seja o modelo da pesquisa, vai observar que, ao final do relato, os autores afirmam, invariavelmente, em todos os artigos, a seguinte expressão: “Contudo, apesar das conclusões darem forte probabilidade de que o fenômeno estudado exista, são necessários mais estudos para que se confirme essa conclusão encontrada.”

            Isso é postura geral, da totalidade de pesquisadores sérios e competentes, dentro de uma Ciência eivada de possíveis viéses e fatores confundidores que podem interferir nos resultados e paradigmas. E a Medicina é uma destas, composta de diversas outras ciências, a maioria sem caráter de exatidão.

            Em qualquer modelo científico, inclusive o “já” recém famoso Ensaio Clínico Randomizado duplo cego, há o sério cuidado da previsão de possível dúvida ao final de uma “aparente cristalina” conclusão.

            Agora, o que é assustador entre nós brasileiros? 

            As frequentes, quase diárias, aparições de debates jornalísticos em que, jornalistas da pior qualidade de formação profissional, hoje, em nosso Brasil, têm a “caradura” de se referirem às notícias científicas dando conclusão taxativa e indiscutível dos resultados. Vale dizer que o tamanho da coragem é proporcional ao grau de ignorância e de atrevimento.

            Vamos aos exemplos. Dizem: “já está provado que tais medicações não funcionam no propósito de tratar, prevenir determinada doença”. A desfaçatez é tão grande que conseguem dizer, sem esconder as feições, dando um sentido que têm a maior segurança sobre o que estão afirmando. Se usa dizer em Medicina que, como no amor, inexistem as palavras “sempre e nunca”.

            Chama atenção a insistência em vocalizar essas, que são, aí sim, falsas notícias científicas, propagadas por gente que está avacalhando a rica profissão jornalística do passado.

            Na mesma esteira de aberrações, a massacrar a nobre missão da pesquisa médica, vêm juristas e julgadores, desde baixa a altíssima patente, exarando sentenças e medidas judiciais tomando como base tais tipos de conclusões colocando-as de forma taxativa e definitivas” em verdadeiro atrevimento ao invadir áreas sagradas da missão de cuidar e salvar vidas e, ao invés de dirimir dúvidas e conflitos sociais (no seu papel), acabam por gerá-los prejudicialmente.

            Aí, aparece meia dúzia de senadores, numa ridícula peça teatral que foi a CPI de COVID19, pateticamente tratando do assunto COVID19, com as colocações de que “já está provado que tais medicações não tratam nem previnem a doença do momento”. Ou “já está provado que tais vacinas realmente protegem com segurança”, dando previsões que nem a Ciência e nem o produtor farmacêutico claramente podem ainda garantir.

Ficou chocante três desses patetas terem como profissão de origem, a Medicina. Usando do tema de forma totalmente ideologizada, partidarizada, e cinicamente discursadas com o objetivo de confundir, senão, enganar a opinião do povo, visto aí como mero eleitorado. Além da ignorância do conhecimento básico de Medicina desrespeitaram a presença de figuras médicas da maior respeitabilidade. Valerem-se da condição de médicos para se elegerem e “esqueceram” os preceitos éticos exigidos ao longo de toda a carreira.

Outra situação que incomoda, é assistir opiniões de biólogos, biomédicos, farmacêuticos, etc, “corajosamente” mergulharem num tema que é do absoluto trabalho de cuidar do paciente “á beira do leito”. 

Não há a menor possibilidade de um “pesquisador de bancada” auferir uma correlação de efeitos medicamentosos na reação clínica do paciente, sem acompanhá-lo no decorrer do tratamento. Certamente esse tipo de pesquisador, de alto nível, não se presta a opinar sem vivenciar as situações.

Chegarem a serem contratados por rede internacional de TV, como uma recém chegada ao Brasil, montando uma mesa de debates com dois médicos especialistas e uma biomédica, com postura totalmente afetada de militância política, enfrentando figuras forjadas na pesquisa e no exercício pleno da medicina e cuidadores de pacientes, repito, à “beira do leito”. 

E falando “besteiras clínicas” constrangedoras, na presença dos médicos, que tiveram a paciência de manter a linha de respeito ao público, sem deixar de externar decepções, diante de colocações que visam enganar a opinião pública.

Uma classe da qual poder-se-ia reclamar, e não é certo nem oportuno, é a divisão de opiniões entre médicos em relação ao que está sendo debatido. E o que explica isso, é exatamente porque não sendo as conclusões definitivas nem taxativas, ficam abertas a impressões, às vezes diferentes, mas porque o feeling de cada um pode divergir, dentro da mesma linha de trabalho.

Nós médicos nos conduzimos de acordo com o que é possível ou provável, diante do que a Ciência séria demonstra e, principalmente, com base na experiência clínica, do dia a dia, oferecida pelos pacientes efetivamente cuidados e tratados por cada um profissional MÉDICO. 

Daí decorrem os outros modelos de pesquisa, chamados de Observacionais, que secularmente foram fontes de conclusões mais acertadas, pelo seu enorme volume de trabalhos realizados, com descobertas importantes na história da Medicina. 

Detalhe importante: o número de trabalhos observacionais é muito maior, mais fáceis de serem realizados, maiores fornecedores de conhecimentos medicinais e seguros quanto a exposição que faz dos sujeitos da pesquisa (os pacientes) que lhes são confiados.

O tipo mais refinado, não observacional (é modelo experimental) o Ensaio Clínico Randomizado, realmente é o de qualidade maior, sempre caríssimos, nem sempre garantindo segurança ao pesquisado, daí dando menor possibilidade de serem elaborados, embora possam melhor eliminar os vieses nos resultados.

Quem não entende nada do assunto, cobra a preferência por esse tipo de estudo a ser feito, porém, sem saber das limitações para sua execução. Bonito em tese podendo ser impossível na prática.

Característica interessante: o meio médico, maior autorizado e competente para o assunto, demonstra paciência, discrição, serenidade e resultados defronte ao ufanismo mal intencionado desses ativistas inconsequentes.

Em resumo: fique de olho nas conclusões e publicações de médicos práticos, de boa formação e fuja de áreas atrevidas a invadir essa temática com discurso taxativo e nada tendo com a ver com a prática da Medicina, a qual oferece a chance do modelo observacional de estudos. 

             Para se pensar na poltrona de meditação e “observar” na sala de TV.

 

Dr Fauze José Daher

Gastrocirurgião - Mestre em Ciências (UNIFESP)

Ex Diretor Clínico da Santa Casa de Barretos

Advogado

 

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Cirurgias Eletivas em Barretos: atrasadas até quando?

       NBrasil, em início de pandemia, houve uma derivação dos espaços hospitalares para atender o COVID19. Tudo aconteceu de uma forma inicialmente desordenada em função da aflição em combater um severo e poucoconhecido (então) mal e absorvendo parte dos recursos assistenciais para outras doenças.

Nentanto, numa relativa rapidez, passou-se a dominar o avanço da doença e já na sequência de alguns meses muitos hospitais conseguiram organizar espaços isolados, além de outros, para continuarem com oatendimento dos procedimentos eletivos. Coo processo de vacinação, ordenadamente tornou-se possível o retorno gradual das cirurgias eletivas.

Entretanto, em Barretos a restrição para as cirurgias eletivas de SUS foraexageradamente impostas, criando uma demanda de casos carentes de cirurgiasproporcionalmente muito acima do que ocorre no resto do País. Vale registrar que, diferentemente do setor público, os hospitaisprivados de Barretos e região, já há muito tempo vem fazendo os procedimentos eletivos.

Tem me chegado àmãos, apelos sentidos de pacientes, parentes e amigos de pacientes assustados com a demora praticada nos setores públicos de atendimento daqui: seja no AME Cirúrgico seja na Santa Casa de Barretos.Também é do conhecimento geral que a mortalidade por outras doenças não-covid aumentou nesse período, tendo como uma das causas, o não atendimento regular desses casos.

Há situações de pacientes cocirurgias aguardando já há 1 ano para ser feita, em estagnação, com promessa ainda hoje, para mais 1 ano de espera. Exemplo de cidadãojovem, com idade ativa de trabalho, com colostomia pronta para ser fechada, dificultando sua vida e trabalho nessa absurda condição de espera. É apenas um exemplo.

            Nmesma situaçãocentenassenãomilhares de pacientes de Barretos submetidos a essa decisão. Isso é extremamente desumano, ilícito e, principalmente, humilhantenão se podendo alegar falta de recursos financeiros para issoExatamente ao contrário, a gestão está economizando muita despesa defluxo normal, ficando (agora) indiferente ao direito do cidadão de ter seu problema cirúrgicoeletivo resolvido.

Agravante dessa situação é a restriçãoimposta pela gestão da Santa Casa impedindo cirurgiões competentes, experientes e tradicionalmente sensíveis para atender a grande população, em atitude que é ilegal, inconstitucional e frontalmente contraria à Lei SUS que existe para garantir direitos iguais para todo e qualquer cidadão. É um abuso dagestão privada restringir direitos de pacientes e profissionais, uns de serem bem cuidados outros de exercerem plenamente a sua profissão.

É lamentável profissional médico estar lutando na Justiça pelo direito de atender paciente SUS, dentro de um hospital municipalizado, acontecendo, há 3 anos, de forma obtusa pela atual gestão. Doutra parte, fica o paciente SUS impedido de ter atendimento por especialistas gabaritados eexperientesdentro de instituição pública, tendo ainda que aguardar demora decorrente (piorada) desse absurdo impedimento.

Ncontrapartida dessa decisão irracional e irresponsável, coloca o paciente mais humilde nas mãos de pessoal em nível de aprendizadocom evidentes prejuízos de resultados dos tratamentos.

Está prevalecendo o interesse de um monopólio privado atuando em atividade pública do maior interesse social, que é a saúde da populaçãolesando cidadão, seja quando funciona, seja quando deixa de funcionar nessa omissão de atender a enorme fila de espera das cirurgias.

A quem reclamar? 

À Sra. Prefeita Municipal, que respondediretamente por essa função no município.Longe de procurar Secretário de Saúde que trabalha na linha de ordens do gestor do monopólio, que é a causa real do problema.Longe de procurar outras instâncias que também sofrem influência direta, em evidenteconflito de interesse com gestão privada domonopólio.

Passando das medidas esse abuso, justifica a proposta lógica e adequada de intervenção do Estado para eliminar evidente lesão do direito Constitucional do cidadão,mormente, quando se discursa enome do amor.

Já com prejuízos de poder político recentes, perdendo o perfil de centro de regionalBarretos caminha para uma condiçãde corrutela jamais esperada, inaceitável poconta de sua história, acarretando prejuízos elementares a todos os seus cidadãos.

Passando (em muito) das medidas, a providência é necessária com um detalhe interessante: as cirurgias eletivaspor tudo isso, são mais do que urgentes.

 

Dr. Fauze Jose Daher

Médico/Cirurgião

EDiretor Clínico da Santa Casa de Barretos

Advogado